terça-feira, 3 de maio de 2016

Qualidades de Oyá


Foi a única mulher de Xangô que o acompanhou na sua fuga para a terra de Tapa, mas se desencorajou em Ira, sua cidade natal, onde, de acordo com o ditado “Oyà wole ni ile Ira, Sango wole ni Koso” (Oyà entrou na terra na casa de Ira, Xangô entrou em Koso), ela suicidou-se ao receber a noticia da morte de Sango. Oya tornou-se a divindade do Rio Níger. Os tornados e tempestades são as marcas do seu descontentamento.
Qualidades
Oyà Mesan – Um de seus epítetos. Espírito meio animal meio mulher, foi esposa de Oxóssi e Xangô
Oyà Petu – Nesse aspecto ela convive com Xangô. Senhora dos ventos, esposa de Xangô e amante de Ossain, fundamento com as árvores e suas folhas, guerreira usa cobre.
Oyà Onira – Rainha da cidade de Ira, guerreira e agressiva, companheira de Oxum, dona das estradas, principalmente com nas encruzilhadas, tem quizila com Ogum.
Oyà Odo – Simboliza o amor e o sexo, o prazer, fundamento na água.
Oyà Bagan – Fundamento com Oxossi
Oyà Egunita – Fundamento com Ogum Wari e Ode
Oyà Onisoni – Fundamento com Omulú
Oyà Tope – Uma de suas formas. Fundamento com Ogum Soroquê
Oyà Agangbele – Nesse caminho mostra a dificuldade quando a geração de filhos.
Oyà Lesseyen – Uma das Igbales que mora no próprio Lesseyen.
Oyà Ate Oju – Orixá Igbale num aspecto dificil de Oyá quando caminha com Nana.
Oyà Ogaraju – uma das mais antigas no Brasil.
Oyà Arira – Uma de suas formas.
Oyà Doluo – Eró Ossain; culto Nagô.
Oyà Kodun – Eró com Oxaguian.
Oyà Bamila – Eró Olufon.
Oyà Kedimolu – Eró Oxumare = Omulu.
Gbale ou Igbale (aquela que retorna a terra)que se subdivide em:
Oyà Gbale Funán, Oyà Gbale Fure, Oyà GbaleGuere, Oyà Gbale Toningbe, Oyà GbaleFakarebo, Oyà Gbale De,Oyà Gbale Min,Oyà Gbale Lario, Oyà Gbale Adagangbará.

Estas Oyàs Gbale ou Igbale estão ligadas ao culto dos mortos, quando dançam parecem expulsar as almas errantes com seus braços. Tem forte fundamento com Omulu, Ogun e Exú.
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Motumbá Axé

Lendas de Oyá

Oyá é dividida em nove partes
Antes de tornar-se esposa de Xangô, Oyá vivia com Ogun. Ela vivia com o ferreiro e ajudava-o em seu ofício, principalmente manejando o fole para activar o fogo na forja. Certa vez Ogun presenteou Oyá com uma varinha de ferro, que deveria ser usada num momento de guerra. A varinha tinha o poder de dividir em sete partes os homens e em nove partes as mulheres. Ogun dividiu esse poder com a mulher.
Na mesma aldeia morava Xangô, ele sempre ia à oficina de Ogun apreciar seu trabalho e em várias oportunidades arriscava olhar para sua bela mulher. Xangô impressionava Oyá por sua majestade e elegância. Um dia os dois fugiram para longe de Ogun, que saiu enciumado e furioso em busca dos fugitivos. Quando Ogun os encontrou, houve uma luta de gigantes. Depois de lutar com Xangô, Ogun aproximou-se de Oyá e a tocou com sua varinha, e nesse mesmo tempo Oyá tocou Ogun também, foi quando o encanto aconteceu: Ogun dividiu-se em sete partes, recebendo o nome de Ogun Mejê, e Oyá foi dividida em nove partes, sendo conhecida como Iansã, “Iyámesan”, a mãe transformou-se em nove.


Iansã é traída pelo Carneiro
Um dia Oxum e outro alguém queriam fazer mal a Iansã, Colocaram o feitiço num bracelete de Oxum e o puseram dentro de uma caixa para que fosse entregue a Iansã.
Agbô, então, foi chamado para levá-lo a Iansã, Agbô era o dono dos carneiros, dono dos agbôs. Tudo o que ocorria no palácio era espalhado por meio da língua de Agbô, o Carneiro, mas Iansã, com sua arguta intuição, pressentiu o que lhe vinha por meio de Agbô.
Ela, então, foi ao encontro do Carneiro e na forma de um vento abriu a caixa e trocou o bracelete por um pequeno pássaro. Agbô foi um instrumento contra Iansã, mas Iansã sentiu-se traída por ele.
Desde então Iansã odeia carneiros e não aceita nem se quer comê-los.
Notas bibliográficas
Mitologia dos Orixás – Reginaldo Prandi – 2001


Oyá ganha de Obaluaiyê o reino dos mortos
Certa vez houve uma festa com todas as divindades presentes. Omulu-Obaluaiyê chegou vestindo seu capucho de palha. Ninguém o podia reconhecer sob o disfarce e nenhuma mulher quis dançar com ele. Só Oyá, corajosa, atirou-se na dança com o Senhor da Terra.
Tanto girava Oyá na sua dança que provocava vento. E o vento de Oiá levantou as palhas e descobriu o corpo de Obaluaiyê. Para surpresa geral, era um belo homem.
O povo o aclamou por sua beleza. Obaluaê ficou mais do que contente com a festa, ficou grato. E, em recompensa, dividiu com ela o seu reino. Fez de Oiá a rainha dos espíritos dos mortos.
Rainha que é Oiá Igbalé, a condutora dos eguns. Oiá então dançou e dançou de alegria. Para mostrar a todos seu poder sobre os mortos, quando ela dançava agora, agitava no ar o iruquerê, o espanta-mosca com que afasta os eguns para o outro mundo.
Rainha Oiá Igbalé, a condutora dos espíritos. Rainha que foi sempre a grande paixão de Omulu.


Oiá sopra a forja de Ogun e cria o vento e a tempestade
Osaguiã estava em guerra, mas a guerra não acabava nunca, tão poucas eram as armas para guerrear. Ògún fazia as armas, mas fazia lentamente. Osaguiã pediu a seu amigo Ògún urgência, Mas o ferreiro já fazia o possível. O ferro era muito demorado para se forjar e cada ferramenta nova tardava como o tempo. Tanto reclamou Osaguiã que Oyá, esposa do ferreiro, resolveu ajudar Ògún a apressar a fabricação.Oyá se pôs a soprar o fogo da forja de Ògún e seu sopro avivava intensamente o fogo e o fogo aumentado de calor derretia o ferro mais rapidamente.Logo Ògún pode fazer muitas armas e com as armas Osaguiã venceu a guerra.Osaguiã veio então agradecer Ògún. E na casa de Ògún enamorou-se de Oyá. Um dia fugiram Osaguiã e Oyá, deixando Ògún enfurecido e sua forja fria. Quando mais tarde Osaguiã voltou à guerra e quando precisou de armas muito urgentemente, Oyá teve que voltar a avivar a forja. E lá da casa de Osaguiã, onde vivia, Oyá soprava em direção à forja de Ògún. E seu sopro atravessava toda a terra que separava a cidade de Osaguiã da de Ògún. E seu sopro cruzava os ares e arrastava consigo pó, folhas e tudo o mais pelo caminho, até chegar às chamas com furor atiçava. E o povo se acostumou com o sopro de Oyá cruzando os ares e logo o chamou de vento. E quanto mais a guerra era terrível e mais urgia a fabricação das armas, mais forte soprava Oyá a forja de Ògún. Tão forte que às vezes destruía tudo no caminho, levando casas, arrancando árvores, arrasando cidades e aldeias. O povo reconhecia o sopro destrutivo de Oyá e o povo chamava a isso tempestade.




Motumbá Axé

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